sábado, 10 de abril de 2021

Crônicas pandêmicas 1

 Entre se achar um ser excepcional e uma barata no bueiro do centro da cidade. Pensando bem, baratas são seres excepcionais tanto quanto os próprios bueiros. Talvez não seja a melhor comparação entre extremos, afinal os extremos no fundo são muito parecidos. Mentira, não são não. É impossível comparar a vida de um de um bilionário e de um carrinheiro. Calma aí! Não estou falando de felicidade, apenas sobre discrepâncias sociais. Ou talvez eu esteja falando sim da felicidade. Claro, o dinheiro ajuda muito. Uns 90%. Mas não era sobre isso. Era pra eu me apresentar ou algo do tipo. Me chamo Angélica, tenho 33 anos. Sinto que estou em um limbo, entre me chamarem de senhora e me confundirem com uma adolescente. E, talvez seja exatamente isso. Estou tentando voltar a escrever. Sim, como todo clichê cinematográfico de um artista que se encontra no limbo, ou melhor no bueiro. E como disse, talvez bueiros não sejam tão ruins assim. Então, vamos escrever! Vamos escrever. Por que diabos você tá falando na porra da 3ª pessoa? Talvez um vício acadêmico. Sim, porque na academia você adquire muitos vícios, beber, fumar, café, energético e muitas vezes tudo isso de uma vez. Porra, já bateu a preguiça...Sim, o monstrinho da autossabotagem chegando devagarinho em um aviso no whatsaap, não deve ser nada importante...Mas porque não ler e se entreter com outras bobagens e entrar em um looping de vídeos engraçadinhos do insta...Força, força! Ah, hoje não vou conseguir. Mas, quem sabe amanhã? Amanhã com certeza. Me esperem, amanhã eu me apresento direito.

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