domingo, 27 de setembro de 2015

valsa das bailarinas cegas

Abre-se a floresta das bailarinas cegas
Em cantos estrelas cruas brilham 
Eu matei a noite e ela renasce em águas pratas
A flauta dos pássaros e a fé das jovens borboletas
Pequenos anjos de cerâmica e os grilos azuis tocam na noite canções de um beijo curto
Bailarinas escorregam suas patas nuas
Eu caio nas fagulhas da noite e mato tempo entre flores e faces
Signos do amor
Brancura da noite
Eu mato meu tempo entre faces
Espero um beijo macio
Somos meninos de um paraíso escondido
O sonho atravessa como um pássaro de asas azuis
As gotas torcidas do véu da lua
Abro os olhos dentro de um balde de água
Eu matei meu tempo em faces
Estalo os dedos e acordo num barril de pólvora dentro do coração do pequeno rei
O rei das telas com suas imagens coloridas em preto e branco
Eu matei meu tempo no baile da madrugada

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

um dia

Quando o encontro se dá
Quando nos damos
Nos deixamos penetráveis 

Um balão de ar de festa colorido atravessa o salão
A ventania e a areia das construções raspam a pele
O sol queima cumprindo sua função entre a vida e a morte
Um pedaço de pão rola para o asfalto esmigalha se 

O que me interessa sobre eles?